O Quinto
Portugal foi um império marítimo, D. Manuel foi "senhor da conquista, navegação e comércio de Arábia, Persa e India". E na conquista foi morrendo o sonho. O menino imperador das festas do Espírito Santo era o sonho de uma fraternidade universal, de uma alegria tranquila, da paz universal. Não foi a loucura de D. Sebastião, nem os mouros de Alquácer-Quibir, nem os filipes de Espanha, quem derrotou o sonho. Nem mesmo foi a Inquisição, o seu principal adversário, nem a mundana Roma. Nem foram os herdeiros do império marítimo, os ingleses, com Bombaim (hoje Mombai) entregue como dote de Catarina, a princesa portuguesa que foi rainha de Inglaterra. Os sonhos não morrem. Ainda hoje há festas nas ilhas e no Brasil, mas o que importa é que todo o mundo quer a paz universal e a fraternidade. É certo que o na cionalismo universalista dissolve com facilidade a nacio nalidade. Mas vale mais uma vida curta e grande que uma vida longa e baixa. Uma pedra dura muito mais que um homem,...