tenho sede de escrever

tenho sede de escrever,

uma sede autêntica

que nada a ver com precisar de fumar

ou de ler um poema.


Estamos presos ao que amamos

e sacudo as prisões como um cão sacode a água

molhando tudo ao seu redor


o divino Ulisses preso aos de Ítaca

o navegador preso ao apelo do horizonte

o homem preso à liberdade,

o sábio à procura do divino,

o herói e a busca da glória,


parecem-me crianças que cobiçam um brinquedo

antes de se aborrecerem dele.


haja calmaria ou tempestade no mar, tanto me faz

vou para onde as correntes e os ventos me levarem

e o prazer, real, da viagem, não é o fim


os outros são tão infinitos como eu,

não lhes indico caminhos, não os sei.

Gosto da sua presença como da minha solidão

e nada faço para que gostem da minha.


o presente é um presente

que agradeço sem saber a quem

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