Independência

Cada um de nós tem livre-arbítrio e tem consciência dele; algures, no cerne da nossa consciência de ser, intuitivamente, em cada momento, fazemos escolhas e sabemos distinguir entre o bem e o mal.
Se escolhermos pensar que o parágrafo anterior é falso, algo no nosso inconsciente nos incomoda, nos sugere que queremos que seja verdade, pelo menos connosco!
E algo nos diz que o mesmo se passa com todos os outros. Algo em nós simpatiza com quem é subjugado pela força, maltratado, como se não tivesse dignidade. "Somos todos um", como dizem os sábios, quando dizem... a simpatia é-nos natural, mesmo quando escolhemos ignorá-la.

Há escolhas muito estranhas para o senso-comum mas o que nos é natural é respeitá-las ... desde que sejam escolhas livres, que não incomodem a liberdade de alguém.
Terá sido muito estranho para o Reino Unido, para os súbditos de sua majestade, que os habitantes da sua colónia mais rentável tenham declarado a sua independência, há duzentos e cinquenta anos:
É natural que os americanos celebrem essa efeméride, em 2026, daqui a oito anos, e, com eles, todos os povos do mundo, que, hoje, se esforçam por trazer à prática a Declaração Universal dos Direitos Humanos, que tem neste documento um dos seus antepassados.

Entretanto apercebemo-nos de que "uns poucos" são donos do mundo, da produção da moeda e dos nossos governos, apercebemo-nos de que aquilo que os antigos gregos baptizaram de "Oligarquia" é hoje global.
Uma celebração adequada dos 250 anos deste documento seria um outro, assinado por milhares de milhões de pessoas (em vez dos cinquenta e tal da época) que dissesse que é, para nós, evidente em si mesmo que temos livre-arbítrio e que as decisões colectivas, as regras com que convivemos, devem ser criadas por todos. A "urna electrónica" pode ser fabricada automaticamente aos milhões, tirar uma foto e reconhecer a impressão digital de quem vota: a democracia directa é viável.
Somos livres de a desejar e temos o livre arbítrio de a acreditar realizável.

Comentários

  1. Acho muito interessante a ideia de um abaixo-assinado com o maior número possível de cidadãos do mundo, pois todos somos governados, de facto, pela tal Oligarquia. Seria como se cada um de nós funcionasse como um partido, pois ninguém concorda totalmente com todas as escolhas de um partido; a isto acresce o tal livre-arbitrio, que faz com que os deputados, os nossos representantes, possam votar pelos seus interesses próprios, ou pelos interesses do seu grupo parlamentar, interesses que podem nada ter a ver com os nossos.
    Interessante seria que António Guterres redigisse o texto desse abaixo assinado, que circularia na net até 2026...

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  2. Please read this article on the Full Moon in Aquarious

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