Revolta

O movimento dos Gilets Jaunes, em França, é um sintoma da consciência de ser explorado, da consciência de que o crescimento dos impostos indirectos (aqueles que, atingindo todos por igual, aumentam a desigualdade social), se não acompanha de uma melhoria dos serviços públicos que o justifique.
A injustiça que são os privilégios, especialmente os dos "políticos" que decretam as diminuições do nível de vida sem que isso os atinja, criou um sentimento de revolta, partilhado por 72% dos franceses, que apoiam os manifestantes, mesmo depois da violência em Paris, que é rejeitada por 85%.
O pedido que fazem a Emmanuel Macron para que se demita, mostra-nos que ainda não existe a consciência clara de que os políticos estão nas mãos de uma oligarquia internacional, de que tratam de pagar os juros da crescente dívida externa à custa de todos os truques possíveis (taxas sobre os combustíveis "para combater a poluição"), pois não imaginam outra abordagem para o problema.
Se os Gilets Jaunes acabarem por mudar o presidente e virem que a situação se mantém, o caminho para tomarem consciência de que vivemos numa Oligarquia e de que precisamos de criar a Democracia, abre-se.
Entretanto, se o movimento continuar a ser infiltrado por gente violenta e inconsciente, o risco da extrema direita tomar o poder, aumenta.
Mas há sinais de a revolta ser "contra o sistema" e, se ela criar reflexão e discussão pública, pode ser que o caminho para tirar, sem violência, a oligarquia financeira do poder político acabe por ser encontrado. O caminho para a Democracia global.

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