"fight or flight"
Imaginemos uma aldeia há uns milhares de anos atrás, perto de um rio tranquilo, com os animais a pastar, as plantações a crescer, as crianças a brincar...
De repente, surge uma horda de invasores, gritando e correndo juntos, pintados para assustar, medonhos. O instinto não pondera, existe para reagir no momento, é coisa ancestral, animal.
O instinto pode levar cada um a lutar ou a fugir. Talvez uma terceira reacção seja a paralisia, o fingir-se de morto. E podemos imaginar uma quarta atitude, o ajoelhar submisso; e ainda, quem sabe, houvesse quem procurasse parlamentar. Mas o resultado seria mortos, feridos e escravos.
Costumamos chamar a estas reacções instintivas a "natureza humana"; às quais juntamos a ganância (ou a avareza, mais tarde), o acumular de escravos, animais (ou território e bens de troca, mais tarde), o gosto do poder sobre os outros (ou, mais tarde, dos privilégios e honras), a inevitável guerra, cada século mais mortífera.
No século XXI podemos produzir o que quisermos automaticamente, podemos acabar com a "escassez", que sempre tivemos como tão certa como o Sol nascer todos os dias. Podemos, em todo o mundo, ter um nível de abundância que leve à estabilização da população mundial, como aconteceu nos países ricos.
Mas!
Mas acreditamos que a natureza humana seja tão imutável como o ADN das nossas células, que, por mais que se repliquem, não muda desde que o óvulo se transformou em ovo.
Podemos escolher deixar de precisar do animalesco instinto de sobrevivência... mas estamos viciados. Muitos nem mesmo querem ouvir dizer que isso seria possível, a fraternidade humana, a liberdade, a igualdade.
E lutam.
Os mais viciados na ganância, no poder, na certeza de que sempre assim será, coincidem com os donos de tudo, com a oligarquia internacional. Gente provavelmente elegante, de agradável tracto, que nunca se lembraria de exibir riqueza, pois a toma por tão natural e inexorável como toma a "natureza humana".
E coincidem com os que têm acesso ao que para a maioria parece ficção científica: a nano-tecnologia que poderá vir a controlar humanos, a biologia, a sociologia e a psicologia que permitem saber como os domesticar.
Essa luta reaccinária contra o progresso das sociedades humanas existe desde que há privilegiados, é parte do mesmo progresso, do processo como fomos progredindo, até à actual "Declaração Universal dos Direitos Humanos". Com avanços e recuos.
A segunda guerra mundial acabou há três gerações.
Criou a consciência de que queremos organizações que respeitem a nossa dignidade e levou à criação da Declaração Universal dos direitos humanos, que foi aprovada por todos os países, menos pela China, pela URSS e pela África do Sul.
Vivemos, na Europa, em paz e liberdade há 3/4 de século. Habituámo-nos a esta situação de liberdade e, face aos ataques terroristas, fomos começando a pedir mais segurança. Se houve uma estratégia para atacar os direitos humanos, ela terá começado por fomentar o terrorismo islâmico. É face ao medo que temos a reacção de lutar ou fugir.
Ao sacrificar a liberdade por segurança, perdemos ambas.
Esquecidos dos milhões de mortos que estão na origem da nossa liberdade, tomámo-la por adquirida. Mas a civilização é feita de avanços e recuos.
Vulneráveis ao medo, a doença é uma arma poderosa, uma bela opção estratégica. A gripe espanhola, a sida, até a peste negra, são memórias colectivas que podiam ser aproveitavas para a estratégia do medo.
O melhoramento laboratorial da eficácia dos vírus, supostamente para melhor nos defendermos deles, que acabou sendo proibido pelo Senado dos Estados Unidos da América, e, portanto, transferido para outros países, como seja o laboratório de Whuan, na China, pode ter feito parte da estratégia, ou não.
Certo é que um vírus respiratório um pouco mais grave que o habitual foi propagandeado como uma ameaça descomunal. Vulneráveis ao medo, fomos aceitando medidas que nos levaram, pouco a pouco, a perder as liberdades fundamentais. Há uma descrição, feita por um dos sobreviventes do Holocausto, da vida dos judeus antes de irem para o campo de concentração. Os direitos e as liberdades foram-lhes restringidas pouco a pouco. A ordem de embarcar num comboio para o desconhecido apareceu como natural, já sem remédio.
As restrições da liberdade não têm base científica: artigo do Lancet
https://www.thelancet.com/journals/lancet/article/PIIS0140-6736(21)02243-1/fulltext
Como o medo da doença não matou o suficiente, fabricou-se uma guerra, com fantoches perigosos dos dois lados, a protagonizar o impensável no século XXI
ResponderEliminar