Analogia

 O nosso tempo talvez seja análogo ao de há 500 anos, quando temíamos a Inquisição,

Imagino que a maior parte a não temia, pois acreditava na versão oficial do Cristianismo, mas judeus e árabes, que tinham sido baptizados à força, sim, temiam-na.

Não me lembro de o nazareno ter ameaçado as pessoas com o inferno, com as chamas eternas. Roma fez esse e outros acrescentos (e supressões) ao que ficara da memória desse sábio e institucionalisou o inistitucionalisável, fez uma religião, uma seita universal, fora da qual não havia salvação. Todos temiam estar fora dela, como os atenienses temiam o ostracismo, a expulsão da cidade por dez anos; mas aqui, com a excomunão, a expulsão era para sempre e a morte era a mudança de residência para as chamas eternas.

Não me lembro de a ciência ter dogmas, de as pessoas temerem o castigo de neles não acreditarem. O nosso tempo pegou na ciência, um acumular progressivo de conhecimento deste mundo material, com o método científico, as teorias provadas sempre a serem postas em causa com novas hipóteses, a curiosidade infantil disciplinada e com resultados práticos no mundo mensurável e fez dela instrumento de poder. Institucionalisou-a, prometeu mais uma dezenas de anos de esperança de vida e, com isso, ganhou fiéis. Quem se opõe ao que diz são os que nos querem roubar mais uns anos de vida! Criou organismos onde ela se conserva, desanimou quem quisesse formular novas teorias e ostracisou quem pusesse seus dogmas em causa.

A maior parte não a teme, pois acredita na versão oficial do que é e do que não é ciência. Os que aceitaram os seus dogmas para ter um lugar na sociedade, esses temem ser desmascarados por herejes e ficar sem tecto e comida.

O contracto entre a OMS e os Estados, para breve, vai corresponder ao tempo de D. João III, entre nós, ao medo, à fuga para a Turquia, para Londres ou para Amesterdão... e ao final da produção de conhecimento científico, que precisa da liberdade e da imaginação para ser gerado. 

Só aumentará a esperança de vida se houver ciência e seria bom pensar que, sem uma evolução política, umas dezenas de anos fechado num asilo não é atraente. E as poupanças vão perdendo valor, neste sistema, a classe média encara uma velhice prolongada mas miserável. E nos outros, só neles se pensa para ter adeptos, ou seja, votos! A religião materialista surpreende que funcione, com o que promete.

Aqui fica um discurso histórico.

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