Maioria
Para Platão, a chave do sucesso da democracia ateniense, que durou cerca de duzentos anos, era o sorteio. O grande risco da democracia é a oligarquia, o governo por "uns poucos", "oligos", os mais ricos. 10% dos cidadãos eram sorteados para estar na Ágora, discutindo as leis, de cada vez que havia Assembléia. Da discussão pública resultava um consenso, dificilmente resultaria uma lei que fosse beneficiar apenas os mais ricos. Só nos casos em que se não conseguia ver, com clareza, qual das opções seria a do interesse da cidade, se votava. Os cidadãos, conscientes, sabiam, quer a sua opção tivesse tido maioria ou não, que o voto de um recurso prático se tratava, que não correspondia, necessariamente, à melhor escolha para a cidade. Novas assembléias e novos argumentos aproximariam a lei do desejado consenso. Ninguém se lembraria de tomar a maioria por sinónimo de Verdade.
Os cargos públicos eram escolhidos por sorteio. Se o cidadão sorteado agisse de forma suspeita de ter sido comprado, se se não limitasse a cumprir a lei, arriscava-se a ser votado ao ostracismo, caso em que passaria 10 anos exilado da cidade. No fim desse tempo voltava com todos os seus direitos de cidadão. A consciência de que poderia ser sorteado para um cargo de juiz, levava-o a sentir a responsabilidade de conhecer bem as leis. O receio de ser voltado ao ostracismo levava-o a ser muito cuidadoso. Todos sabiam que o voto ao ostracismo poderia ter sido injusto. Ninguém confundia a maioria com a verdade. Tratava-se de um sistema prático, destinado ao bom funcionamento da cidade.
Das nossas "democracias" representativas, os nossos "representantes" foram escolhidos por uma oligarquia. Nada nos protege dela e seria bom que os cidadãos tivessem a consciência clara de que vivem em oligarquia. A oligarquia investe muito em informação, para que os cidadãos pensem viver em democracia, porque escolhem entre duas ou três propostas que ela lhes fez.
Com o tempo, a maioria, que não passa de um processo prático de tomar uma decisão quando não conhecemos a melhor escolha, foi sendo tomada pela verdade! A maioria pensa que vivemos em democracia e a principal razão para essa crença está em que a maioria assim pensa. Identificamos a maioria com a verdade. Quando a não conhecemos, votamos e pensamos tê-la encontrado!
O único caminho para nos livrarmos da oligarquia em que vivemos é ser conscientes.
A situação é tão grave que a ciência, que ganhou um grande prestígio com o descrédito das religiões, passou a ter dogmas. E os dogmas “científicos” são votados! Ora a ciência baseia-se em experiências que mostrem a verdade de uma teoria, nunca na opinião da maioria dos "cientistas", os novos sacerdotes dessa "religião" materialista.
A situação mais grave é a da OMS, que passou a ser financiada por privados, por companhias farmacêuticas, quando, antes, era financiada por um esforço conjunto de todos os países do mundo. Esta organização, que perdeu a sua independência, deixou de usar o método científico. Usa o método aceite pela maioria como forma de encontrar a verdade: a votação, a maioria!
Esta situação é tão grave para a humanidade que não tenho palavras para o enfatizar.
Iniciativa parlamentar, muito importante
Mas basta ouvir esta senhora
E a oligarquia minoritária financia minorias insanas que se querem impor com dogmas na educação e no ensino, sem respeitar as particularidades dos paises, que cada vez mais perdem soberania.
ResponderEliminarPortugal há muito perdeu a soberania.
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