Xenofobia
É claro que o medo tem um papel na vida, só é patológico quando se prolonga e desequilibra o indivíduo. Talvez a fobia mais conhecida seja a claustrofobia, o medo dos espaços fechados, todos conhecemos pessoas que sobem pelas escadas, por medo de estar dentro do elevador. Se, "bondosamente", as forçarmos a entrar, argumentando que o seu medo é irracional, podemos provocar-lhes um ataque de pânico e, quiçá, ficar com um olho negro, recompensa da nossa "bondade".
Mas se, ao tomarmos consciência de que o nosso amor à liberdade é coisa análoga ao medo de estar preso, confinado, que os obriga a ir pelas escadas, e a nossa simpatia e aceitação forem contagiosas, pode ser que entrem connosco no elevador e simbolicamente nos abracem, em vez de nos agredirem.
Carl Gustav Jung, que estudou a psique com o método científico, estudou também tradições ancestrais, que usou para elaborar as suas teorias. Há aspectos da nossa psique que não nos são sequer visíveis, o tal Inconsciente, e que nos convém -- para ter saúde! -- iluminar com a nossa consciência. Aspectos de nós que gostaríamos de negar, que escondemos de nós mesmos, mas que nos convém integrar, sendo esse o caminho do equilíbrio, da liberdade de usar os elevadores que nos estavam vedados. Para a teoria de Jung a integração, o tirar da sombra, é a chave da saúde. Um país pode ser visto, por analogia, como um organismo, e a integração de todos cidadãos é a chave da sua saúde. E a xenofobia opõe-se à integração, dói.
Enquanto sujeitos a fobias, somos manipuláveis e é mais eficaz deixarmos de o ser que queixarmo-nos dos manipuladores, pobre gente que projecta em nós o controle sobre si mesma que gostaria de ter.
A tal Oligarquia, neste momento, em todo o mundo, usa o medo dos estrangeiros para nos manipular, por exemplo em Itália, onde a xenofobia é alimentada e vemos um povo tão afável a votar em partidos que põem em causa os Direitos Humanos.
Qualquer coisa se pode transformar numa fonte de medo patológico, de pânico. Para nomearmos essa doença basta encontrarmos o nome da coisa em grego e juntarmos o sufixo fobia. Reconhecida em nós uma fobia, trata-se de a integrar, para não ficarmos medrosos, ou mesmo perigosos!
Por exemplo, reconheço em mim a xenófobofobia, uma aversão doentia pelas pessoas que recalcam em si mesmas a compaixão natural, por exemplo, para com os náufragos que, no Mediterrâneo, morrem às portas da nossa Europa, terra atraente por ser terra onde os Direitos Humanos são respeitados, onde a dignidade humana é ponto assente. Ganhámos, na Europa, no fim de II Guerra Mundial, uma grande consciência de que o fanatismo é coisa a evitar e criámos uma zona de liberdade, uma espécie de farol, num mundo ainda muito inconsciente.
Ao ver a luz do nosso farol a enfraquecer, ao ver a xenofobia, aparece o perigo de entrarmos em pânico, de ficarmos xenofobófobos. Um psicólogo poderia indicar melhor a terapêutica, mas creio que começa por reconhecermos em nós mesmos essa característica e por a integrar, usando a razão e a compaixão por nós mesmos. Os portugueses, que sabemos a riqueza que trouxe à nossa cultura o contacto com invasores celtas, fenícios, gregos, romanos, germânicos, mouros e os contactos das nossas viagens pelo mundo todo, que "descobrimos" e trouxemos à Europa, temos um papel terapêutico para com os outros europeus.
Mas comecemos pela nossa saúde. Sentindo compaixão pelos xenófobos, em vez de medo!
Carl Gustav Jung, que estudou a psique com o método científico, estudou também tradições ancestrais, que usou para elaborar as suas teorias. Há aspectos da nossa psique que não nos são sequer visíveis, o tal Inconsciente, e que nos convém -- para ter saúde! -- iluminar com a nossa consciência. Aspectos de nós que gostaríamos de negar, que escondemos de nós mesmos, mas que nos convém integrar, sendo esse o caminho do equilíbrio, da liberdade de usar os elevadores que nos estavam vedados. Para a teoria de Jung a integração, o tirar da sombra, é a chave da saúde. Um país pode ser visto, por analogia, como um organismo, e a integração de todos cidadãos é a chave da sua saúde. E a xenofobia opõe-se à integração, dói.
Enquanto sujeitos a fobias, somos manipuláveis e é mais eficaz deixarmos de o ser que queixarmo-nos dos manipuladores, pobre gente que projecta em nós o controle sobre si mesma que gostaria de ter.
A tal Oligarquia, neste momento, em todo o mundo, usa o medo dos estrangeiros para nos manipular, por exemplo em Itália, onde a xenofobia é alimentada e vemos um povo tão afável a votar em partidos que põem em causa os Direitos Humanos.
Qualquer coisa se pode transformar numa fonte de medo patológico, de pânico. Para nomearmos essa doença basta encontrarmos o nome da coisa em grego e juntarmos o sufixo fobia. Reconhecida em nós uma fobia, trata-se de a integrar, para não ficarmos medrosos, ou mesmo perigosos!
Por exemplo, reconheço em mim a xenófobofobia, uma aversão doentia pelas pessoas que recalcam em si mesmas a compaixão natural, por exemplo, para com os náufragos que, no Mediterrâneo, morrem às portas da nossa Europa, terra atraente por ser terra onde os Direitos Humanos são respeitados, onde a dignidade humana é ponto assente. Ganhámos, na Europa, no fim de II Guerra Mundial, uma grande consciência de que o fanatismo é coisa a evitar e criámos uma zona de liberdade, uma espécie de farol, num mundo ainda muito inconsciente.
Ao ver a luz do nosso farol a enfraquecer, ao ver a xenofobia, aparece o perigo de entrarmos em pânico, de ficarmos xenofobófobos. Um psicólogo poderia indicar melhor a terapêutica, mas creio que começa por reconhecermos em nós mesmos essa característica e por a integrar, usando a razão e a compaixão por nós mesmos. Os portugueses, que sabemos a riqueza que trouxe à nossa cultura o contacto com invasores celtas, fenícios, gregos, romanos, germânicos, mouros e os contactos das nossas viagens pelo mundo todo, que "descobrimos" e trouxemos à Europa, temos um papel terapêutico para com os outros europeus.
Mas comecemos pela nossa saúde. Sentindo compaixão pelos xenófobos, em vez de medo!
"a nossa Europa, terra atraente por ser terra onde os Direitos Humanos são respeitados, onde a dignidade humana é ponto assente". ??? A sério??? Está a brincar, não?
ResponderEliminarVêm para a Europa que queremos ser, que querem que seja. O farol ainda brilha ao longe... e faz falta, é referência em muitos lados do mundo. A xenofobia é patetice efémera, que não conseguirá extinguir essa luz.
EliminarÉ importante estarmos bem connosco para sermos úteis, ou terapêuticos, para alguém. E os europeus, e os portugueses parecem andar ansiosos e instáveis, logo mais centrados em si do que capazes de ser empáticos e solidários. Importante será estar atento e aceitando algumas das tais emoções difíceis e por isso tendencialmente inconscientes, aprendermos. É a nossa melhor competência, que pode transformar o ameaçador desconhecido em apenas diferente.
ResponderEliminarObrigado.
ResponderEliminarCom um estranho, de cultura e língua diferentes, só podemos comunicar pelo que é comum a todos, o essencial do que é ser humano. Comunicação paradoxalmente mais rica, desprovida do acessório que é a cultura... acho os xenófobos muito patetas, não sabem o que perdem!