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A mostrar mensagens de setembro, 2018

A separação

Cada um de nós se sabe separado dos seus pais, dos seus irmãos, único e só. Demora a perceber quanto tem daquilo que se pode chamar a "cultura familiar" e mais demora a saber da cultura da sua região, de como lhe pertence. Alguns morrem sem saber da afinidade entre todos os membros da espécie humana. E muito poucos se interrogam sobre a sugestão da mecânica quântica de que estamos ligados ( entangled) a tudo o que existe, a dimensões que não conhecemos ainda, como ainda não conhecemos a comunicação entre as coisas que é a gravidade, que não tem onda nem partícula que a torne real aos nossos olhos, porém existe. E, tanto os frutos mais recentes da nossa civilização como as tradições mais arcaicas, condenam a ilusão da separação, a tacanhez do egoísmo, a falta de respeito pelas outras criaturas, que é a grande fonte de sofrimento e de ignorância. "Somos todos um" não é apenas uma frase espiritualista mas a essência dos Direitos Humanos, que são o fruto mais visível...

Sonho

Todo o sonho se pode realizar. De sua natureza pouco claro, algo é muito nítido no sonho: o que sentimos! Os portugueses, sonhámos o 25 de Abril. Cada um à sua maneira (eu sonhei a liberdade, o fim da censura, dos presos políticos), houve quem sonhasse que viveríamos como em França, para onde se emigrava, houve quem sonhasse a Paz, o regresso dos filhos que matavam e se matavam para lá dos mares, houve quem sonhasse uma sociedade sem classes , a fraternidade e a igualdade, como houve quem sonhasse a substituição das elites medíocres por outras "civilizadas". Como quem vive um grande amor e se desilude, a realidade não concretizou os sonhos mas, se soubermos ver mais que o sonho, vemos que demos um passo de gigante, em paz e com alegria. Hoje, há quem sonhe a Democracia Directa, quem a imagine em todo o mundo, criada em paz e com alegria, quando todos a quiserem. Com ela a abundância, a Liberdade e a Paz. Mas também há quem sonhe o regresso das fronteiras, na Europa, a e...

Consciência

Quando digo aos meus amigos que a consciência está a aumentar, que dentro de meia-dúzia de anos estaremos a criar uma paz duradoura e que a democracia directa será uma opção viável, eles perguntam-me onde fui buscar essa convicção optimista . Acusam-me de não ser realista, mostram-me o destrambelhado mundo que as notícias retratam, o crescimento do número de apoiantes dos movimentos fascistas, o poder absoluto do dinheiro sobre a sociedade, a crença prevalecente de que a vida consiste em o adquirir e gastar. Se eu lhes peço que observem os mais novos, eles vêm nestes vítimas da sociedade de consumo e vêm em mim um delirante, quiçá perigoso, a precisar de internamento psiquiátrico. Se lhes disser que "a verdade é uma decisão" e lhes mostrar um poema do século passado , apenas reforçam o seu ponto de vista e eu, que sou sportinguista, começo a imaginar-me com a crista pintada de azul, naquela experiência em que um galo foi morto à bicada pelos seus companheiros, por ser di...

Fascismo

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Não vou incitar à violência, claro. Mas vou propor a inteligência. Quem viveu antes do 25 de Abril lembra-se de que os democratas chamavam “fascistas” àqueles que não viam a necessidade de mudar o regime político, de acabar com a censura e com a polícia política, de permitir a liberdade de reunião e associação, de permitir as greves, etc. E os fascistas indignavam-se com a utilização do termo, que se deveria, segundo eles, aplicar apenas ao regime do ditador italiano dos anos trinta, cuja fotografia estava na secretária do nosso bondoso autocrata. O termo ganhou um significado genérico, porém, e refere-se, popularmente, a todos aqueles para quem “os fins justificam os meios”. Ou seja, a todos os que aceitam que se pratique a violência sobre os que pensam e agem de forma diferente. O que dá o paradoxo de poder chamar fascista a Stálin e ao actual presidente dos E.U. da América. Mas é um termo útil. Há uma célebre experiência científica em que se tirou um galo de uma capoeira e se lh...

Optimismo

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Fernando Pessoa dizia que a verdade está no paradoxo. Enquanto os nacionalistas anti-democratas nos assustam, enquanto vão ganhando deputados, neste sistema de governos representativos a que chamamos, erradamente, no mundo, "democracia", a democracia directa vai crescendo. Aconselho ao leitor este artigo do Washington Post . Diz-nos ele que 113 dos 117 países “democráticos” do mundo têm legislação que encoraja as iniciativas cidadãs e os referendos, os quais têm acontecido em progressão. Nos Estados Unidos, na Alemanha e na Índia, onde se não fazem referendos, as iniciativas de democracia directa a nível local e regional andam pelas dezenas de milhar. Cito o artigo, com a devida vénia:  "There seems little doubt that direct democracy will become a more dominant feature of self-government"(...) É claro que o artigo ainda acredita que vivemos em "democracias", nota o descrédito crescente delas mas não o atribui ao seu, cada vez mais mal disfa...

Rise

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Marcha Mundial do Clima - Porto Saturday Sep 08, 5:00pm Praça da Liberdade. Praça da Liberdade 137 Porto 4000-069 https://riseforclimate.org/#map https://www.publico.pt/2018/09/06/ciencia/noticia/mais-de-40-organizacoes-portuguesas-participam-na-marcha-mundial-do-clima-1843225 https://actionnetwork.org/events/marcha-mundial-do-clima-porto-3 A marcha desceu ao rio