Eclesiastes

Este é o tempo de ficar consciente de que estrutura das nossas sociedades deixou de nos servir.
Hoje, essa consciência atinge o cume de uma montanha que custou a subir: hoje vemos o mundo precisando de se libertar de estruturas obsoletas. Vemos isso com inegável clareza. É claro que não queremos que o senhor Trump e quejandos, apesar de eleitos, tenham o poder de desencadear uma guerra mundial.
Esta consciência, que está a aparecer em cada um de nós, mesmo naqueles 1% que são donos de mais de metade da riqueza do mundo, pede que criemos outras estruturas. Outras formas de funcionar em sociedade. Tempo de abandonar o actual conceito dominante sobre a vida, o de que ela consiste em enriquecer, para fugir da pobreza para muito longe. Esse conceito pode-nos levar a passar por cima de interesses de todos, de um planeta saudável, da saúde, do tempo livre para brincar ou apreciar a vida; e é tempo de mudar, hoje são as crianças quem nos grita isso.
Este é o tempo em que a humanidade chega à maioridade. Em que ganha consciência da sua responsabilidade para com os demais, os outros habitantes da Terra, a Natureza.
Esta paragem que a pandemia nos trouxe mostrou-nos como pode diminuir, tão depressa, a poluição, se a não fizermos!
Ao não poder tocar nas pessoas que amamos, cresce a consciência de que estamos ligados, de que elas têm mais valor que os nossos "objectivos" (que nem nossos são!).

Este é o tempo em que os “ Smart-phones“ estão a chegar a todos. Eles permitirão que a opinião pública, crescentemente mais sensata que os Bolsonaros que leva ao poder, se exprima instantaneamente. A democracia directa é possível. As decisões tomadas pelas pessoas todas, sossegadamente, serão melhores que as tomadas por um iluminado, eleito embora, num processo de correria e manipulação (inteligente) pelos donos do dinheiro. Não elejamos representantes! Governemos! Sejamos adultos, responsáveis. 
Recuperar, para os cidadãos, o poder político, usurpado pela Oligarquia, parece tarefa gigante... mas as respostas dadas aos nossos problemas pelos nossos "representantes" (que a oligarquia representam) vão sendo tão inadequadas, vão-nos mostrando com tanta clareza que eles valorizam mais os juros do capital que a saúde pública ou o bem-estar dos cidadãos, que se vai tornando clara a necessidade de mudar o sistema, de conquistar para o povo o poder, que foi da aristocracia e é da oligarquia, desde há duzentos e tal anos! Quando nos parecer absurdo que uns poucos tenham o poder de cunhar moeda e de no-la emprestar com juros, então o poder que têm, que na nossa ignorância e aquiescência se baseia, passará para os cidadãos, sem intermediários.

Há um tempo para semear e um tempo para colher. 


Madame Lagard  e o seu staff podem ser vistos como funcionários da oligarquia financeira internacional. As decisões que tomam servem-na. Nesse serviço se inclui que elas sejam vistas como interessando aos cidadãos. Ora, a única forma de as decisões do Banco Central Europeu interessarem aos cidadãos seria serem eles a tomá-las. Se um grupo, sorteado entre todos os cidadãos, votasse entre várias decisões possíveis, em havendo uma necessidade de produzir moeda, ela não seria entregue aos grandes bancos mas às pessoas.

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